Oi gente.
Hoje eu quero contar para vocês como comecei a fotografar. Foi uma dessas coisas da vida que aconteceram sem planejamento (justamente comigo, a louca do planejamento) e que cresceram de um jeito que você nunca conseguiria prever.
Eu comecei a namorar um cara (hoje meu marido) que trabalhava com jornalismo cultural e era fanático por música. Fanático mesmo. Ele tem um site bem bacana, o Scream & Yell, que fala de música, cinema e cerveja. Daí que Marcelo (o namorado) costumava ir bastante a shows, e começou a me levar junto. E para não ficar sem fazer nada, eu comecei a fotografar esses shows.
E comecei bem modestamente, fotografando com uma câmera compacta emprestada de uma amiga. Claro que as primeiras fotos foram um desastre – o Cartier-Bresson tem uma frase que eu amo sobre fotografia: “as suas primeiras dez mil fotos sempre são as piores”, e não foi diferente comigo. Mas, de alguma forma, fotografar toscamente aqueles primeiros shows abriu um campo de possibilidades de expressão e observação do mundo, com uma ferramenta completamente nova pra mim. Eu costumava desenhar desde criança mas estava parada há um tempo. A fotografia virou aquilo que o desenho costumava ser pra mim: o meu respiro.
Eu comecei a estudar fotografia “só por um semestre” e fiquei por três anos. Fiz a primeira foto de palco “ok” em um show do Ben Harper, em 2007, ainda com a camera compacta emprestada da amiga. Essa foto aí de baixo, cheia de ruído. Comprei minha primeira DSLR e minha primeira lente “clara”, uma 50mm f1.8. O equipamento foi melhorando e eu fui gostando cada vez mais daquilo. Aprendi a me comportar no “pit” dos fotógrafos de shows, a brigar pelo meu espaço e a respeitar o espaço do outro.
Nesses 9 anos, de 2007 pra cá, perdi a conta de quantos shows eu cobri. Já fotografei Lolapalooza, Planeta Terra, Tim Festival, um festival no Chile (Primavera Fauna) um em Oslo (Oya Festival) e outro em Estocolmo (Stockholm Music Festival). Descobri que gosto de fotografar gente, de congelar os momentos de silêncio das pessoas, mesmo quando estão em cima do palco.
Foi a partir da fotografia de palco que comecei a fazer fotos de famílias e crianças, porque eu aprendi que o que eu mais gosto de fotografar são as pessoas e as suas histórias. Com naturalidade, delicadeza, silêncio e sutileza.
Karina Buhr.
Criolo.
The Hives.
Caetano Veloso (tem coisa melhor que fotografar o seu ídolo?)
Lorde.
A primeira fila, em Oslo.